Lembro-me que a primeira vez que
percebi que eu queria ser professora foi
cursando o curso de comunicação na UEL. Estava fazendo o Trabalho de Conclusão
de Curso com duas amigas e nosso tema era voltado para comunicação e
educação.
Foi a primeira vez que li Paulo
Freire na vida. Eu devia ter uns 21 anos... Li “ Educação como prática da liberdade”,
“ A pedagogia do oprimido” e “Extensão como comunicação” e vou confessar: foi
paixão a primeira vista/lida, dessas avassaladoras...que tiram o ar e deixam a
gente sem complemento. Porque para mim sem paixão não é possível ensinar e
aprender de fato. É nas nossas paixões que somos mais verdadeiros e nela mora o
desejo da comunhão com o outro.
Por isso eu me considero mais
educadora do que Relações Públicas. E, talvez por essa aceitação, sinto-me mais
humana e orgulhosa de minhas escolhas. São nas minhas paixões que eu começo a
existir de fato.
Algumas considerações sobre
o professor, escola e sistema
Hoje em dia o próprio sistema
capitalista desvaloriza, infelizmente, o professor. Percebemos esse fato no dia
a dia, nas conservas de bares, supermercados e com a família. E essa
desvalorização que passa pelo campo social, filosófico, econômico e cultural
desmotiva o professor a lutar pela educação. Quando penso em professores não
penso em pessoas técnicas e sem em revolucionários, os quais terão influência
decisiva na vida dos alunos. Principalmente nos primeiros anos escolares.
O professor deveria ser formador
de cidadãos, mas para isso – hoje- ele necessita primeiro reconhecer sua própria
cidadania, a qual também é esquecida devido a tanto desprezo da sociedade. Só assim ele realmente poderá transformar a
escola formal em uma alavanca de mudança social. Porém, sabemos que nosso próprio
sistema não quer isso... Por isso a luta é árdua e exercer a democracia cansa. Todavia
é preciso coragem e força para continuar...Afinal são nas adversidades que
estão as melhores lutas.
Para mim todo professor deveria
ser um educador nato. Pois como educador ele formaria cidadãos que teriam autonomia
e quiça poderiam consolidar a sua participação nos processos e movimentos
sociais que é o que constitui verdadeiramente uma democracia.
Mesmo com algumas transformações
na área educacional. Ainda vemos muito hoje aqueles professores de “ educação
bancária”, aonde o aluno só é um mero receptor estático , além disso, os conteúdos
são desvinculados do seu cotidiano. Como linguista sempre bato nesta tecla: é
preciso criar paixão pelo aprendizado, o aluno deve se sentir incluído e perceber que
o conhecimento também é aplicado em seu dia a dia.
Infelizmente ou não (depende da
ótica), a criatividade e o diálogo são fatores
decisivos na educação. Sabemos qeu o sistema não os valoriza. Ai cabe a cada
educador formulá-los em suas aulas de maneira em que o aluno participe,
dialogue, ensina e aprenda. Parafraseando Paulo Freire a escola ainda não gerou
homens de diálogos porque ele impõe-se como o caminho pelo qual os homens
encontram seu significado enquanto homo sapiens.
Desejo amor, coragem e força a
todos os educadores. A luta é diária.
Um comentário:
Professor! Ganha pouco binha.
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