No
ultimo domingo(17) assisti ao filme “Um Conto Chinês” do diretor argentino Sebastián
Borensztein. Foi uma dica do meu irmão, o qual sempre tem um bom filme para
indicar. =)
O
filme em sua essência é doce, apesar de toda tragicomédia que o circunda. Um
conto chinês conta a história de Roberto (Ricardo Darín), um homem solitário de
meia idade, cheio de manias obsessivas, que vive recluso em sua casa. Roberto
tem um pequeno comércio, uma loja que vende ferramentas. Ele também tem uma
mania estranha de recortar jornais do mundo inteiro e clipar( colar e guardar)
as tragédias surreais da vida. Também tenta ser escritor e escrever sobre as
mesmas tragédias que coleciona. Alias esse paralelo que se abre no filme é uma
delicia de se apreciar.
Todavia
“ Um conto Chinês” não retrata somente a história de Roberto, mas também de Jun
(Ignácio Huang), um jovem chinês que vem para Argentina procurar um tio( seu único
parente vivo no mundo), depois de vivenciar uma tragicomédia na China: sua
noiva morre num acidente inusitado. Ele e a noiva estavam passeando num barco,
e bem neste dia, Juan iria pedir a mão da noiva em casamento, porém por obra ou
azar do acaso uma vaca cai de um avião de cargas e vai parar em cima do barco em
que estavam os enamorados, matando a moça.
Roberto
conhece Juan depois de ele ser assaltado e arremessado de um taxi em Buenos
Aires. Roberto não fala chinês e Jun não fala espanhol. Começa ai uma relação
surreal e que transformara a vida de ambos. Juan procura um tio e não tem onde
ficar, Roberto o hospeda em sua casa. E a presença de Jun começa a tirá-lo do
isolamento em que vive. No inicio ele se incomoda, e continua assim até quase o
final, mas depois descobre novas possibilidades de relações.
O
mais interessante no filme, talvez até genial pela ótica lingüística seja o
dialogo que se estabelece entre eles, mesmo não havendo palavras, mesmo não
havendo entendimento linguístico. Afinal um não fala a língua do outro. O
diretor foi tão brilhante que para fazer os espectadores sentirem o que ambos
sentem nessa tentativa de comunicação, não traduz a parte chinesa. A primeira
sensação é de estranheza e de um incomodo angustiante. Contudo com o decorrer
da história tive a nítida impressão que entendia tudo o que Juan dizia. Como se
as relações pessoais sobressaltassem as barreiras lingüísticas. Como se a comunicação acontecesse apenas por gestos e olhares.
O
filme é muito bonitinho e vale ser visto. É mais que uma crônica sobre as diferenças/choques
culturais dos países (Argentina – China); é uma crônica sobre o aprendizado e
as mudanças que permeiam nossa existência de maneira trágica e cômica como a
vida. Uma tragicomédia que pode mudar a
nossa maneira de encarar o outro e as diferenças culturais ou qualquer outro
tipo. =)
#FicaaDica - Trailer >>>
Um comentário:
Daninha,
Adorei seu artigo. Eu gostei muito deste filme.
Abraços do Júnior
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