sábado, julho 24, 2010

Devaneios de uma noite com baco


Eu quero te contar da minha saudade. Ela tá aqui dentro de mim, mas não sei distinguir bem o local( acho q é algo crônico), afinal ela me confunde, ou melhor vc me atordoa, mais que meu vinho barato. Hoje queria te mostrar minhas costas para que você pudesse se tatuar nelas: arranha-las e se desenhar em mim. Queria te emprestar minha retina para você enxergar o como vejo o mundo e vc: dialéticos. Talvez nem Marx console tanta dialética q sinto diante de ti. Te procuro nas ruas, em cada esquina e em cada carro, mas...


Se quisesses, hoje à noite não dormiria e abriria minha janela para você pular, diretamente, na minha cama, escancarando a janela e a alma , talvez você encontraria o teu desejo deitado comigo, no meu ser. Eu sei que você me quer. Eu sei que algo te afasta de mim. Eu sei que você não tem forças para me amar. Sou o teu revés.

Conto que, a cada paixão nova sua, eu me obriguei a me apaixonar pela vida, para manter um sorriso que, no fim da sua paixão, te traria de volta para jurar, outra vez, todas as jurinhas que eu quis escutar, ou que eu ensaiei para te dizer.

A taça de vinho vazia traz uma certa nostalgia, como a lembrança do seu sorriso, do teu olhar safado( contido e tarado). Queria hoje que vc me desse banho e chorasse juntamente com a água escorrendo em meu corpo todo teu amor escondido. Depois, um blues ou um jazz, risadas, mãos dadas e o ato de amor. Queria que hoje você me aceitasse mesmo eu sendo seu revés. Será?

Queria telefonar para você todo momento, te escrever e demonstrar o que sou...O meu telefone tem seu cheiro e sua forma. Difícil assim esquecer de ti.

O que eu queria mesmo era te dar meus quadris e toda minha paixão: mesmo confusa, caótica, desencontrada, mas na sua medida. Acho que somos o mesmo número. Te dou o desencaixe de todo o novo que eu matei. Eu sei que você tem medo de me calçar. Por enquanto fica só a taça vazia e a ansiedade do vinho.

TRILHA SONORA DO DIA - BEM SUGESTIVA - QUANDO EU TE ENCONTRAR DO BIQUINI CAVADÃO -



Eu já sei o que meus olhos vão querer
Quando eu te encontrar
Impedidos de te ver
Vão querer chorar
Um riso incontido
Perdido em algum lugar
Felicidade que transborda
Parece não querer parar
Não quer parar
Não vai parar

Eu já sei o que meus lábios vão querer
Quando eu te encontrar
Molhados de prazer
Vão querer beijar
E o que na vida não se cansa
De se apresentar
Por ser lugar comum
Deixamos de extravazar, de demonstrar

Nunca me disseram o que devo fazer
Quando a saudade acorda
A beleza que faz sofrer
Nunca me disseram como devo proceder
Chorar, beijar, te abraçar, é isso que quero fazer
É isso que quero dizer

Eu já sei o que meus braços vão querer
Quando eu te encontrar
Na forma de um "C"
Vão te abraçar
Um abraço apertado
Pra você não escapar
Se você foge me faz crer
Que o mundo pode acabar, vai acabar

2 comentários:

Camila Custodio disse...

É. Temos algo em comum. A intensidade e uma saudade que não cala, embriaga continuamente os sentidos e destrói o sentido das pontes entre o sim e o não; que destrói o sorriso daquilo que jamais se concretiza.
Mas ainda sim, algo no fundo, que pulsa, que insistentemente pulsa.
Algo como um sonho...ele jamais se embebeda de incredulidade. Ele respira e vive em algum lugar.
Lindo texto.
Beijos Dani!

William Lima disse...

Sempre escancarando a janela e a alma para seu amor... quanta entrega! abdicaria de sua noite de sono para tê-lo em seu quarto? q lindo!
olha quanta sensualidade: "Queria hoje que vc me desse banho e chorasse juntamente com a água escorrendo em meu corpo todo teu amor escondido."
E um fim maravilhoso, de poesia, de esperança, de amor: "O que eu queria mesmo era te dar meus quadris e toda minha paixão: mesmo confusa, caótica, desencontrada, mas na sua medida. Acho que somos o mesmo número. Te dou o desencaixe de todo o novo que eu matei. Eu sei que você tem medo de me calçar. Por enquanto fica só a taça vazia e a ansiedade do vinho."
Você é pura sedução, pura poesia, puro amor. Um coração pulsante. Veias correndo sangue, pedindo mais vida...