quarta-feira, outubro 10, 2012

Dias ruins...

Alguns dias são assim como hoje: Melancólicos. Tristes no formato das nuvens cinza porque não se tornam água logo (e essa espera dói)... e também para aliviar algo que está presente aqui(coração) e lá ( no lugar onde o horizonte é palpável). Há dias ruins, nos quais só gostaríamos de mãos grandes massageando as costas, como se essa ação nos retirasse todo o peso do dia. Ou mesmo um olhar perdido e cheio de amor, uma palavra em 360 graus que poderia significar algo até no silêncio. Ou apenas mãos enlaçadas que se compreenderiam no toque.


Alguns dias são cinzentos, cinzentos. Noutros há brilho demais. E daí? Daí sempre se espera uma chuva, sem virgulas, aposto ou dois pontos. Uma chuva cheia de reticências... Para lavar nossas escadas, telhados, quintais e janelas. Mas há dias ruins que queremos apenas ser um vapor d água para voltar em forma de chuva e molhar o mundo todo, né?


E nesses dias, nos quais quero ser vapor d água cresce aquela vontade de coração compartilhado junto. Assim como quando uma criança ou jovem desenha corações no papel com nomes tão cheio de significados no momento em que eles fazem significado (suspiro). Ou mesmo corações vermelhos e azuis que se complementam sem compreensão alguma no papel sujo. Eita! Mas eu não sou criança e nem mais jovem e vivo fazendo isso... (re) desenhando corações e girassóis (inflorescências). Esse meu coração descompassado...e cheio de infantilidades. Ai.


Mas agora, em especial, nestes dias ruins me pego insistentemente desenhando guarda-chuvas. Sonhando com a chuva que vive na promessa de ser... E com aquela cor vermelha do guarda-chuva que se perde no tempo e se mistura com meu vestido azul molhado. E naquele nevoeiro noturno atemporal nos perdemos nas setas...Foi ali. Eu sei, pois virei à esquerda e ele à direita (não poderia ser diferente). Todavia não chovia... brisava e tinha sol. Faltou a chuva. Hoje eu sei...


Hoje as nuvens desenham tempestade no céu... E há possibilidade da chuva tirar a sensação do dia ruim. Real. Quase impressionista como sempre seria comigo. O vento cheira chuva para espantar o calor, mas eu não trouxe o guarda-chuva vermelho. Porque eu sempre me esqueço de algo. Um bom amigo, vendo a minha inquietação e sofrimento, me emprestou um guarda-chuva preto. Agradeci. Peguei-o. E confesso que não sabia como lidar com ele. E descobri, num flash, que mesmo na ausência de cores posso tirar minha aquarela do fundo do armário e recomeçar a redescobrir cores... Pintando o guarda-chuva!


E depois de um dia ruim... Agrada-me sair na chuva com a possibilidade das cores pintadas se dissolverem na chuva como se me redesenhassem pintando ao mesmo tempo...deixando meu rastro de cor pelo caminho. Para que assim... ele me encontrasse e pudesse se esconder da chuva comigo. Assim seria um bom final para um dia ruim, né?

TRILHA SONORA DO DIA - UMA MÚSICA QUE RELATA UM DIA RUIM, QUE SE FINDA COM A IMAGEM DE UM GUARDA-CHUVA COMPARTILHADO. =)


Um comentário:

Anônimo disse...

Ai Dani como vc é linda e fofinha. Estou pasmo com essa ideia do guarda-chuva. Como algo tão simples pode ser tão poético e significativo. Vc é tão doce e genial. Como vc pode ser tão apaixonante assim, menina das faixinhas?
Seu post me deixou com o coração na boca. Engolindo seco. Júnior.
Queria que chovesse para te encontrar pelas ruas.