domingo, setembro 11, 2011

Fatalidade

A vida cada vez mais me mostra poucas possibilidades, por mais que eu use/abuse das reticências para esperar as benditas esperanças. Talvez eu seja fatalista, exagerada. Contudo hoje sinto que os complementos para minha vida se foram...

Ninguém entende de tudo. Eu não entendo de nada. Qual a diferença de nada e tudo? Tão distantes e próximos.  Afora uma saudade que habita meus 1m54 e eu nem sei traduzir o que essa danada, a qual atormenta meu pobre coração e me joga na beira do abismo, quer de mim com tamanha crueldade. Pular ou recuar? Falta coragem para pular, arriscar. Mas viver assim na fatalidade de quase morte, de fato, não dá mais. Queria largar a saudade no alto e saltar. Mas... A necessidade de vida me segura como se me prendesse numa teia, da qual dificilmente me liberto, mesmo sabendo que a aranha vem para me devorar. O que fazer? 

Toda essa filosofia barata me toma tempo, energia, esforço e decididamente me desanima. Porque tudo não é exato e sim um mistério, inclusive os fatos e este texto. Ou talvez a ausência de fatos indique muito mais... como se nada fosse uma espécie de milagre para minha salvação individual. 

Na minha visão fatalista os seus  olhos eram o inicio do que eu temia. Todavia é mais grave: os seus olhos são as portas do mundo. Digo isso porque minha retina era para você enxergar. Era bonito isso: às vezes trocávamos de retina para enxergamos o mundo um do outro. Como não olhar junto? Mas sendo fatalista, numa noite escura ele perdeu as minhas retinas... Eu devolvi as dele e fiquei sem... Agora só me resta a lembrança do último olhar: a que eu vi pelas retinas dele.  O quadro está branco. E colori-lo agora será tarefa árdua...
Os olhos da gente nunca terá fim... Por mais fatalista que eu seja ou esteja. Ainda creio no infinito (viva a matemática). Nada agora é nossa condição para existir. Será que eu um dia?

O mundo é vazio e tem tantas cores para se preencher nele, que já me canso só de pensar no trampo que vai dar pintá-lo. Visto que eu não passo de uma garota triste, superlativa e fatalista.  Ah! E que não sabe de nada, nem o significado do vocábulo nada. Há um campo semântico tão vasto que mergulhar nele seria suicídio. 


Nota: Não tem como falar de fatalidade e não se lembrar de Van Gogh. 

3 comentários:

William Lima disse...

Linduxa, que confusão é essa?
ta filósofa, poetisa e embaralhada?
é paixão? é medo? é tudo e nada?
é um mar de amor que te invade... e o q fazer com td isso, se não se pode viver como bate o coração, a mil por hora?
te amo
bjos

Anônimo disse...

Que post delicioso e dialético, assim como você.

Anônimo disse...

Mocinha de laço de fita,

Chorei com teu texto. Chorei com tua coragem. Vc é muito corajosa, Daninha.
Sinto-me em cada linha. Nunca pare de escrever. Vc tem tanta humanidade e lida com suas falhas muito bem, poeticamente.

bjo do Júnior