sexta-feira, junho 17, 2011

Como destruir sonhos e uma carreira promissora com uma pitada de preconceito linguístico.

             João um garoto de 8 anos, curioso, serelepe e muito comunicativo. O garotinho é um “expert” em computador. Sabe mexer em sistemas operacionais como qualquer gente grande e sabe bem a diferença entre estes sistemas, por isso já com tão pouca idade é um entusiasta do Linux – software livre -. João também domina programas gráficos como qualquer publicitário ou profissional da área. Sempre tem idéias mirabolantes e desenha tudo que lhe vem à mente com habilidade e muita imaginação

         Ontem ele teve a idéia de desenhar uma casa. Na verdade ele pensou em projetar sua casa no futuro – quando ele se tornasse gente grande -. Usou e abusou dos recursos tecnológicos. A casa depois de pronta parecia um projeto arquitetônico profissional. Chamou os pais para apreciar a obra de arte. A mãe veio atender ao pedido do menino. Olhou, olhou, franziu a testa e disse: 

        - Tá bonito. Mas “casa” é com s e não com z, seu burro!  


        O menino chorou e deletou o desenho. 

Relembrei deste fato porque na aula, hoje, de francês a Isa trabalhou comigo o primeiro capitulo do “Petit Prince”. E em algumas questões que ela me levantou ( claro – tudo em francês- porque agora eu sou chique e até já leio em francês. #modesta ), percebi o quanto um erro destrói todos os acertos de uma vida toda, ou de uma vida que está se iniciando. Isto é cruel, não? #DepressaoModeOn



Pensando linguisticamente e estilisticamente penso que a licença tá ai para ser usada/abusada... Ensinar grafia correta das palavras é necessário, todavia violentar uma criança da forma que a mãe fez – acima- deveria ser crime, inclusive contra direitos humanos e de livre expressão.



Esta questão da fonética é um problema para tod@s nos primeiros anos da alfabetização. Inclusive para mim. Quando eu era criança sofria horrores com essa história de se emitir um som e escrever outro. É difícil para o imaginário infantil conceber tal separação. E o que mais me irritava era a explicação simplista da professora. É assim porque é a regra, Daniela. Isso nunca me convenceu... Talvez por isso abandonei as religiões, mas isso é outro post. Respostas limitantes me deprimem/frustram. Nada é e ponto... (nem essas reticências). Sempre há um contexto, uma intenção e uma história para compreender o fato e a origem das coisas, mas por preguiça alguns professores oferecem esse tipo de resposta pronta: é assim porque é. E dentro disso nasce a visão do erro, a qual reprime, humilha e não educa. E o pior, desencoraja  os talentos natos das crianças. Triste, né?


Ah! O livro ganhei de uma pessoa muito especial:

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