terça-feira, março 08, 2011

Impressões sobre o Dia Internacional da Mulher e alguns contos...


Nota pessoal: Datas nunca foram algo relevante para mim. São dias como outros quaisquer. #fato Contudo há uma cultura tradicional que sempre deseja comemorar/festejar algo. Então...Voilá.
Na verdade, hoje sou mais flexível e até comemoro algumas datas. Que evolução, Daniela Paula! O fato é que algumas comemorações são importantes para inclusão e lutas das minorias em nosso contexto social/cultural. E eu compreendi isso...

Nota hipócrita: Sou relações públicas e trabalho com evento. #dialetica rs

A Daniela Paula Bueno é uma pessoa que não gosta de rótulos. Simplesmente sigo as minhas ideologias e meu coração. Esse último o tempo todo. Ele é minha bussola ideológica e me carrega para os caminhos mais obscuros e ao mesmo tempo mais libertadores da minha estrada.

Outro dia recebi um email de uma feminista acusando-me de não ser feminista. Na semana anterior havia recebido uma mensagem de um amigo, o qual me considerava uma radical feminista. Portanto vivo numa encruzilhada. Triste a limitação de ter que ser algo, não? Quando o que vale é a luta/ação e o coração.

Todavia eu apenas sigo meu coração e luto para que direitos civis/humanos sejam estendidos a tod@s. E essa minha luta não tem exceção ou negociação. Porém, não gosto de vestir camisas, porque a partir do momento que se incorpora uma ideologia, sua ação tem que ser condizente a seu discurso. E isso é difícil, não? Visto que o ser humano não é uma reta e o discurso sem ação acaba caindo no descredito. Contudo há pessoas que conseguem unir discurso X ação e eu as admiro. Mas minha humanidade é cheia de falhas e desejos, os quais eu, talvez, não queira deixá-los para trás. #fato Sou reduzida as batidas do meu coração. Ele é minha essência.

Como mulher sei bem o que nós sofremos diariamente, o preconceito velado no trabalho e no contexto social. Seria hipocrisia alegar que a sociedade trata igualitariamente homens e mulheres. Balela. 

 

Antes de mais nada, quero deixar minha homenagem as mulheres como eu: comuns, simples, lutadoras, corajosas, pau para toda obra, que estão ai aguentando alugações de gente de qualquer espécie, cantadas baratas e nojentas, a tristeza de uns quilos a mais, contas para pagar, da febre do filho, das chatices esquisitas do marido, da solidão acompanhada e do preconceito camuflado que sofremos diariamente. Por nós, citarei algumas pequenas frases que ouço diariamente para reflexão. O que mata é que Infelizmente elas são cotidianas e não exceções.

#ficaadica

Contos cheios de ironia para criticar a nossa sociedade machista.
Obs: Há mulheres mais machista que alguns homens. #fato e isso me deixa triste. 

- Cara, você viu aquela loira do quinto andar? 
- Qual? Perguntou ele curiosamente.
-A Luciana. Ele foi promovida a diretora, acredita?
- Nossa! Então deve ter rolado altos chupiscos.

A menina chega em casa apavorada.
- Mãeeee, um cara me seguiu da escola até aqui. Tive tanto medo.
- Minha filha, olhe o tamanho do seu shorts. O que você queria? Ele é homem.


Dois amigos conversando e um carro ultrapassa o sinal vermelho.
Um dos homens diz com um sorriso sarcástico
- Tinha que ser mulher. 

Duas amigas conversando.
- Nossa! Você paga contas para seu namorado? 
- Qual o problema? Um dia eu pago, outro ele paga. Isso é compartilhar.
- Credo! Homens têm que ser gentis e devem pagar a conta. Pô! Sou mulher!
- A outra sorriu amareladamente e disse:
- Pena para você!  
 
Dois homens no bar conversando.
- Sabe a Joana - aquela gostosona do primeiro andar-?
-Tô sabendo. Ela abandonou o casamento de 10 anos.
-Prostituta. Há mulheres que precisam apanhar. 
-Precisa mesmo, pois essa tinha tudo: casa, comida e um homem bom.
-Vagabunda! 
 
Clara chega ao trabalho com os olhos roxos. 
Maria se aproxima e diz:
-Apanhou de novo? Como pode? Vamos denuncia-lo.
-A culpa é minha, Maria.

Num certo momento da liturgia, o padre diz.
- Senão fosse a Eva, vocês mulheres não sentiriam a dor do parto.

Mulher bebendo num bar sozinha.
Homens e outras mulheres comentando.
- Deve ser prostituta ou estar querendo algo. 

- Armando, você sabia que a Laila tem um caso com a Juliana. 
- A empresa toda sabe. Desperdício
- Acho que elas precisam conhecer um pinto como o meu. 
 
Festa de comemoração de uma grande empresa local. No protocolo:  
- Boa Tarde! O nome do senhor? 
- João de Almeida, médico e Maria minha esposa.

- Carla, meu sonho é casar e ter o sobrenome do meu marido. 
-Hum? Mas você perderia sua identidade, não?
- As tradições são assim. 
- Carla a olha com pena e pensa: Quanta imbecilidade! E mesmo assim tira forças para responder. 
- Se é seu sonho, respeito. 

- Nossa! Fui na casa da Vanessa e é tão bagunçado. Que horror!
- Coitado do marido. Tão bom! Isso porque é mulher.   
 
- Paiiiiiiiii, posso jogar bola? 
- Não. Isso é brincadeira de menino. 
- Vá brincar de casinha ou de barbie.



Ps: meu peito não é de silicone, mas será...heheh Contudo eu sou mais macho que muitoooo homem!

2 comentários:

Unknown disse...

Amei Dani....
parte que me tocou demais.
"Simplesmente sigo as minhas ideologias e meu coração. Esse último o tempo todo. Ele é minha bussola ideológica e me carrega para os caminhos mais obscuros e ao mesmo tempo mais libertadores da minha estrada."....

@sobrecomum disse...

O machismo por incrível que pareça é mais cruel com os homens do que com as mulheres. Eles precisam provar o tempo inteiro que são héteros. E alguns acreditam que põe sua masculinidade em risco só de olhar uma vitrine de loja feminina ou ir com um amigo ao teatro. Uma vez até soube de um rapaz que era muito romântico, adorava as preliminares da relação e era muito delicado ao tratar suas parceiras. Mas incomodado com os comentários dos amigos que contavam vantagem a respeito da própria "caçada" de suas "finalizações" e da brutalidade envolvida em suas conquistas, resolveu escrever para um programa de rádio para perguntar ao psicólogo se ele próprio não estava tendo um comportamento menos masculino que o ideal. Vai ver a grosseria diária dos homens não passa de insegurança com a própria sexualidade.

Adorei o texto, bate forte coração!