sexta-feira, março 04, 2011

Conversa de canto...

Escrevi o texto abaixo há dois anos atrás, após a visita de um primo.

Ontem tive alguns diálogos, e vivenciei alguns acontecimentos, os quais me fizeram repensar muitos conceitos que existiam em mim. 

Na hora do almoço, foi um primo almoçar em casa, destes que você só vê uma vez na vida, ou nos encontros familiares: velórios e casamentos. No caso em questão o vi porque o pai dele estava passando por uma cirurgia cardíaca aqui na minha cidade. E ele foi nos visitar.

No papo após o almoço, começamos relembrar a infância, os parentes, vimos fotos...E percebemos que o tempo não nos perdoou... O tempo é a vida da morte. Ele também afasta as pessoas... E quebram-se os laços caso não haja  fortaleza para eles continuarem firmes. No meio de tantas conversas nostálgicas ele começou descrever sua esposa e sua irmã... Segundo seu relato, sua esposa era uma pessoa difícil, com problemas de depressão, mas também era amável, doce e paciente. Contou que a mulher teve depressão pós-parto e adoeceu, passou 10 meses na cama (sem conversar, cuidar do filho, da casa, dele ou dela mesmo), ele me disse que foi um período terrível, mas que sempre esteve ao lado da mulher. Que cuidou dela durante este período. E que nunca pensou em abandoná-la, porque a amava. E não se abandona às pessoas por uma dificuldade. Achei as palavras dele tão verdadeiras e bonitas, que me emocionei. Sempre ouvi das feministas de plantão que um homem nunca cuidaria de uma mulher doente, que só o contrário aconteceria. Na primeira oportunidade o homem abandonaria o barco, esse era o discurso das feministas.  Sempre fui bombardeada com essas idéias e de certa forma fui vestindo-as.  Engraçado, às vezes, a gente tem certos pré-conceitos e não se dá conta disso. Nada é uma verdade absoluta. Em toda regra há uma exceção. Ou simplesmente não existe regra. Existem pessoas e corações. E o amor... E esse caso me mostrou o contrário. Um tapa na minha cara e nos meus conceitos pré-estabelecidos.  Fez-me repensar sobre muitas coisas...E sobre mim...

Depois ele começou contar sobre a irmã. Que também está deprimida e tomando Prozac( a pílula que promete a  felicidade; a  felicidade comprada na farmácia. No mundo capitalista até felicidade se compra...) ,  ele disse que ela morava com o namorado. E que vivia reclamando que ele não era mais igual no inicio da relação. E que ela estava pensando em se separar porque não existia mais paixão. Que era insatisfeita.  E que também o fato dele não “regularizar a situação” com ela a incomodava (casar no papel).   E ela se deprimia e tinha uma baixa-estima por isso: por não saber o que queria. Pensei comigo...Mas é preciso assumir papel para o amor? Porque as pessoas sempre têm essa visão de que vale mais o compromisso que o coração? Paixão a gente pode sentir todos os dias pela mesma pessoa... Será que ela não percebe isso. Por que tanta insatisfação? A insatisfação é nossa, não do outro e nem é causada pelo outro. Somos nós. Tudo está dentro da gente. Talvez ela seja influenciada por novelas, pela TV, pela mídia e por conceitos hedonistas que estão destruindo o ser humano.  E senti pena dela... Talvez por isso hoje em dia haja muitos divórcios... Porque as pessoas não saibam lidar com suas angustias, com a rotina e também porque a maioria das pessoas (principalmente a mulher) cria expectativa diante do namoro, que não existem. E quando casa...Ai meu deus! Ai são contas, são brigas, são filhos,  são dias em comum... Que só sobrevivem com muito amor e dedicação. O amor deve renascer todos os dias...Porque a vida a dois não é fácil e muito menos um conto de fadas...Mas regar o amor dá trabalho...E hoje as pessoas querem praticidades, comodidades,  prazeres imediatos e fortuitos e trabalhar pra manter a relação, cansa. Mas, vale a pena! 

Ai, a noite fui com uma amiga, a Juliana, tomar um suco num barzinho. Ela acabou levando uma amiga( que conheci no local). O que mais me surpreendeu nessa amiga foram às conversas. Nada de aproveitável. Só falava de homens. Não que eu não goste do assunto (muito pelo contrário), mas só ter um tema de dialogo se torna tedioso. E dizia se gabando,  que todos a desejavam e a queriam, mas ela estava sozinha e não se dava conta disso. Que coisa! Mas,  o que mais me indignou foi seu comportamento diante da conta. A conta chegou. Cada uma pagou a sua. E tinha 10%  de gorjeta do garçom. Ela fez questão de fazer o 10% dela em cima do que ela consumiu...e não do total. Ou seja, se repartíssemos, daria 0,75 para cada. Mas ela fez questão de centavos e até discutiu com a Juliana. E ambas sairão da reunião brigadas. Não estou recriminando seu comportamento ( talvez para ela isso seja o certo), mas a forma q ela agiu, como reagiu, o estress que ela causou não condiz ao tipo de pessoa que quero no meu ciclo de amigos. O jeito mesquinho que ela impôs, e a antipatia que passou pra mim. Os centavos pouco me importavam o que valia era à companhia da minha amiga e o bom papo. Mas, existem mulheres que precisam pensar mais..#fato

Isso tudo me fez ver que nada pode ser generalizado. Nem este pensamento. Que tudo depende das pessoas... Que não há homens melhores ou mulheres melhores. Há pessoas melhores, e isso não tem haver com sexo. Tem a ver com índole, coração e valores.

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