segunda-feira, março 14, 2011

Para o causador da minha insônia...

Cena I

Ela chega ao restaurante apressada. Alias, ela sempre estava atrasada e afobada. Tinha uma hora para almoçar. Sentou-se a mesa, pegou o cardápio e quando iria levantar o dedo para chamar o atendente. Seus olhos o avistaram, não o garçom/atendente, mas aquele que era o motivo da sua insônia. Ele estava, sozinho, numa mesa. Ele era tão lindo que ela não aguentou tamanha beleza e derrubou o cardápio no chão. Ela se abaixou para pegar o menu e junto consigo levou os talheres. Neste momento ela não conseguia mais ter controle das coisas que caiam da mesa. Lei da gravidade nessas horas é uma droga. Talvez pelo barulho dos talheres caindo ele a percebeu e foi até a sua mesa. E disse:

-Oi. Quanto tempo? Ela suando e quase sem resposta disse:

-Oi. Tô atrasada. Ele sorriu e perguntou: 

- Por isso que derrubou tudo? Ela arregalou os olhos e disse: 

- Tudo o que?

- Os talheres, cardápio, ué. Ele sorriu.

- Ai! Sou desastrada por demais da conta.

- Você é linda, doce, agradável e inteligente. Você gostaria de tomar um café comigo qualquer dia desses, convidou ele. 
 
- Claro. Me ligue. Agora preciso ir. Disse ela apressada, pois teve medo dele ouvir as batidas descompassadas e descompensadas do seu coração. 

- Tchau. Bom te rever. Mas...mas...Você não vai almoçar, menina? Questionou ele. 

- Não. Beijos. E a moça retira-se do restaurante sem almoçar e sentindo uma felicidade clandestina habitando seu ser, pois agora há a possibilidade do café.


Cena II

O telefone tocou pela terceira vez, insistentemente, mas ela não o atendeu. O coração desejava sair pela boca e um aperto no meio do estômago a atingiu sem piedade – como um soco –, as mãos trêmulas e a boca seca. Nesta altura ela achou que fosse desfalecer por tamanha burrice. Pois, ele ligara três vezes e ninguém telefona três vezes sem motivos. Todavia, a burra, não respondera ao chamado, não porque não quisera falar com ele, na verdade ela esperara este telefonema o dia todo. Porém quando o aparelho móvel gritou, ela paralisou diante do nome no visor do celular e não teve forças para atendê-lo. Porque quando se está apaixonada o nome do objeto de desejo torna-se uma especie de relicário. Difícil de explicar, contudo fácil de sentir quando se deseja alguém. 
 
Ela pensou: O que eu falaria? E se ele me chamasse para sair? O que eu diria? Eu não tenho roupas bonitas? E nem grana para ir aos lugares que ele me levaria. Ele me acharia atraente e bonita mesmo assim? E se eu bebesse demais? Ou falasse bobagens demais? E se ele me beijasse? E se eu no auge da minha bebedeira me declarasse? Ele se assustaria ou cairia nos meus braços? Ai...quantas questões. Ela começou a tremer – talvez por medo de encarar o amor - e afirmou para si mesma em voz alta:

- Foi melhor assim. Todavia sua resposta não a convencera e caiu no chororó tentando resgatar a coragem para reverter à situação.


Nota: A blogueira é tímida. Ela fala demais para esconder sua introspecção e o medo que tem da paixão. 
 
Nota-confissão: A blogueira tem problemas com telefones: ou por falar demais, ou por não atendê-los. #extremos 
 
Nota-confissão 2: quando estou perto de ti não consigo respirar/falar/andar/comer/ler/sorrir, não consigo realizar ações simples e corriqueiras sem me sentir uma completa idiota. Talvez eu só consiga te olhar, porque “olhar” é uma ação, mas no meu caso, se parece com um estado: O estado de te olhar. Paralisada. Diante de ti é sempre assim: sem ação.


...Eu carrego comigo a grande agonia de pensar em você toda hora do dia, na verdade nada esconde essa minha timidez...”

Um comentário:

William Lima disse...

O que é isso, Dani? Uma nova paixão, ou uma paixão platônica revivendo? ops, falei demais?!
vc é linda sempre, apaixonada mais ainda...
sua poesia é uma sinfonia. sua narração prende a atenção.
vc devia publicar um livro.
te adoro
bjokas