quinta-feira, março 03, 2011

Les jours tristes


 Hoje é dia de almoçar mais cedo, pois haverá coletiva de imprensa às 14h. Então, logo, era para eu estar almoçando. Contudo não estou,  só tenho vontade de café, bom papo e de literatura. Aiaiaia Lembrou um post que o @willtradutor fez para mim -  Amor com café   -  ( Clique no link para ler mais).

Dias chuvosos são propícios para literatura, cama, café, chocolate, pão-de-queijo, quiçá um ovomaltine, paixão avassaladora (porque senão é assim, pouco me interessa) e sexo. A limitação de ser escrava do sistema é triste, sem poesia e  castradora. Mas, viver é preciso. E para viver numa sociedade de consumo necessita-se do “vil metal”. Voilá. #semreclamacoes #semfilosoficesbaratas 



O fato é que o dia está extremamente inspirador. Estava olhando pela janela as pessoas na rua: guarda-chuvas, roupas molhadas, correria, mãos dadas, beijos, brigas e reparando que cada pessoa é um mundo (bonito constatar isso). E veio um turbilhão de idéias na minha cabeça para rechear um roteiro de curta que tô escrevendo. Alias, ando descobrindo a delicia de andar com uma câmera fotográfica na bolsa. As imagens são poesia  pura...



Tentando editar dois textos – um sobre lingüística e outro sobre a semana da mulher – todavia, o dia não deixa. Ele  me joga num abismo, o qual não quero sair mais, não quero ser resgatada. Quero a plenitude da escolha e dos riscos. E a liberdade de encantar-me com dia tão singular como hoje.

O dia é belo e triste. Adoro essas dicotomias. A beleza na melancolia parece-me tão mais sincera e viva. Uma beleza que dói e é difícil aguentar seu peso de tão estonteante e brilhante que é. Mas necessária a alma de uma menina que não vê sol há três dias. Girassóis precisam da estrela. 



O dia também é cheio de canções: regado com a trilha sonora de Amélie Poulain. Sinto-me presa numa tela de cinema, como se eu fosse a protagonista. Perdida na chuva, a busca de café, canções e abrigo. Imagino uma cafeteira marrom com mesinhas de mosaico e alguém a minha espera que apenas diz:

- Demorou a chegar, Daniela. O café estava esfriando. Mas, eu pediria outro e mais outro. Só para você bebe-lo quentinho. E depois um parapluie (guarda-chuva) para dividir no dia chuvoso/triste/romântico e consequentemente toda poesia se renderia numa cama de hotel. 

Quarto de Hotel (Edward Hopper)

3 comentários:

Anônimo disse...

Além de linda, tu és inspiradora. A cena que descrevestes no texto não sai da minha imaginação.
Tu és uma sedutora com carinha angelical. O tipo mais perigoso que há.

Anônimo disse...

Senhorita Dani,

Quanta leveza, sensibilidade em suas letras.
Também gostaria de passar o dia num quarto de hotel.(rs)
O seu erotismo é algo a flor da pele, enfrentar o dia na realidade será difícil após a leitura do seu post. (rs)
Beijo do Júnior

El Adriano disse...

Ai ai, arrepiei...