quinta-feira, junho 10, 2010

Um filme que muda conceitos: The Bubble

Acabei de rever ao filme “The Babble”do diretor Eytan Fox . Confesso q a inspiração para rever o filme foi todo o contexto mundial atual e a própria situação da Palestina que nunca melhora só piora. Parece que não há esperanças frente à dominação econômica, cultural e bélica de Israel(EUA). Hoje chateada com o que li no jornal sobre a resolução da ONU em realizar sanções contra o Irã. E não parei de me perguntar por não impor sanções a Israel? Por que? Tanta barbárie aprovada pela ONU. Bem, voltando ao filme, ele não é necessariamente um filme político, mas conta a historia de 4 jovens, três israelenses e um palestino ( se bem q não deveria haver esta segregação na nacionalidade, mas...isso seria outra discussão. ) The bubble conta a historia de três amigos q vivem em Tel Aviv ( alienados dos conflitos políticos, até conhecerem Ashraf– um palestino q muda o curso da história de todos os personagens) com sonhos e a busca do amor. Neste caso bem peculiar, pois os protagonistas ( Noam e Ashraf)do filme são homossexuais. 


O Filme 

A primeira cena do filme já choca pela agressão. É uma tomada aberta em um Posto de Controle ( tipo um posto policial que existe para verificar, fiscalizar e humilhar palestinos), focando uma fila de palestinos com caras tristes, cansadas e indignadas, sendo obrigados a abrirem as malas, bolsas e até tirarem as suas roupas para a vistoria. Um dos soldados do Posto é Noam. 

Noam conhece Ashraf nesta batida "policial". Eles se olham e a atração é inevitável, como se o amor sempre estivesse presente entre os dois. A cena seguinte é de uma mulher parindo na revista, a demora do socorro, denunciando toda a situação precária em que vivem os palestinos, sem direitos básicos: como saúde, educação e dignidade. O bebê nasce morto devido a demora no socorro médico e o fato provoca uma pequena manifestação dos palestinos, a qual logo é contida pelos soldados israelenses com tiros para cima demonstrando sua dominação bélica e tentando colocar os Palestinos em seu lugar. No caso em questão: Não ha lugar. E entre esse tumulto nasce o amor. Um amor impossível: entre dois homens, numa região conflituosa e cheia de preconceitos. Amor entre um israelense e um palestino. Troca de olhares para o nascimento do amor. 

A cenas seguintes são do Noam retornando a Tel Aviv mostrando takes abertos de uma cidade moderna, rica constratando com periferia inexistente, bloqueada, isolada e privada de tudo. Ao som desta canção: http://www.youtube.com/watch?v=zwFS69nA-1w  
Noam divide o apartamento com Lulu ( uma amiga q está a procura do amor) e Yali ( q também busca o amor). Os três jovens vivem bem e sem grandes conflitos internos, apenas com as questões cotidianas e ignoram completamente a situação dos palestinos. Realmente, é como se vivessem numa bolha, alheios de tudo. Afinal quanto menor o grau de conhecimento menor o sofrimento. E fica a pergunta: Quantos de nós não vivemos nessa bolha? Talvez seja mais fácil, né? 

De repente, aparece o corajoso palestino que decide procurar Noam para lhe devolver a identidade . E assim iniciam um relacionamento afetivo. O filme também quebra alguns preconceitos e mostra que há muitos israelenses que não concordam com os absurdos praticados contra os palestinos, revela uma esquerda israelita, a qual eu nem tinha noção que existia. Quando Ashraf entra em suas vidas, os amigos começam a ter outros olhos para questões sociais, humanas e decidem participar de uma “Rave contra a ocupação” pousando nus para a foto de divulgação ( o cartaz do filme. O que mais me sensibiliza no filme é a amizade entre os quatro. Uma amizade sem tamanho. Capaz de tudo. 


Ashraf começa a morar com Noam e vai trabalhar num café com Yaliu. Tudo vai bem, até que um dia, um ex-namorado de Lulu aparece no café e o reconhece, assustado e sem documentação para permanecer em Tel aviv, Ashraf foge de volta para Nablus( periferia ou assentamento palestino) Quando Noam descobre, quase morre de tanto sofrimento, o qual só é um pouco consolado pelo amor dos amigos ( Yuli e Lulu).
Mas, Asharaf decidi retornar a Tel Aviv para encontrar Noam na Rave contra a ocupação. O reencontro é lindo e me comoveu um tanto que até agora estou chorando. Porém, logo Asharaf precisa voltar pois sua irmã Hana se casará . No dia do casamento da Irma, Asharaf lhe revela que é gay, a moça não aceita, mas não deixa de amá-lo. Ele sofre, mas de certa forma se liberta. 

Música belissima: ( só detalhe a trilha sonora do filme é perfeita, inclusive há canções da Bebel Gilberto e do magnifico  Ivri Lider. http://www.youtube.com/watch?v=5QZITNdBHxE

Um dia depois do casamento há um ataque a Nablus e a Irma de Asharaf morre baleada e ele decide se tornar homem bomba. Pois, percebe que nada mudará. A situação será sempre a mesma, portanto, cansado e sem esperanças a única decisão coerente parece se tornar suicida. Isto no filme fica claro, inclusive fica mais fácil de compreender tal decisão. A cena mais bonita e dramática do filme é a parte final, quando Ashraf vai a Tel Aviv para cumprir sua missão e reencontra Noam, e este decidi morrer junto com seu amor, pois entende que os dois naquele contexto é impossível. . O filme é belíssimo e vale muito ser visto, pois quebra paradigmas e nos faz entender muitas coisas e nos alivia de nós mesmos. Habi – meu amor ( árabe) 


Nota: A Trilha sonora do dia são as duas canções citadas neste post. 

Nota sentimental: Gostaria de dedicar este post ao meu meu amigo Will, o qual é dono do meu coração, sempre me apoia, me consola, sonha comigo, me dá broncas( pois viajo demais) e vive comigo minhas paixões e ansiedades diante da vida. Além, de saber o rumo que meu coração quer tomar. Will, muitas vezes me sinto assim com vc: completa! E seria capaz de qualquer loucura para vê-lo feliz! Assim é a amizade. :) 
Ps2: Não consegui inserir hiperlink...depois, vc me explica. :)

4 comentários:

William Lima disse...

Daniela:

Você é um sweet love na minha vida.
Não consigo me imaginar ficar muito tempo sem falar contigo, porque você me emociona sempre!
Te conheci em Assis, sendo nós 2 de Marília. Fizemos pós-graduação juntos. Vc começou a trabalhar na mesma empresa q eu. rs
Agora, somos amigos, lindamente amigos. É tanta emoção!
Seu post é lindo, uma ótima resenha do filme. Eu não o vi ainda, mas seu texto me deixou com muita vontade hehehe.
Habi.
Bjokas

Artus Rocha disse...

Oi, bom dia!
Parece muito interessante esse filme, e sendo sua indicação com certeza é muito bom. E os preconceitos dos quais ele fala, não esta de forma alguma restruto aquela região. Vou velo assim que possivel.
Parabéns pelo post!
beijos

jader resende disse...

Muito bom abordar um tema um complexo dentro dos fatos que envolve Israel e Palestina, parabens.
Peço que deixe copiar para meu blog.
Caso tenha problema, deixe um comentário e retiro na mesma hora,
Abraços

Anônimo disse...

Oi Dani Paula:
muito interessante, adorei rssss