quinta-feira, junho 17, 2010

Coração noturno e um pouco de melancolia...

Hoje amanheci às 5h. A manhã estava fria. Faltou a chuva. As ruas queria me dizer qualquer coisa. E eu permanecia melancólica, mas fingindo ser feliz. Está ai exatamente o problema: Mascaras. Isso me remeteu ao poema Tabacaria do Pessoa.http://www.insite.com.br/art/pessoa/ficcoes/acampos/456.html
Nadei 2000m em 50 minutos. Acho que este foi meu recorde. Talvez nadei tanto para tentar alcançar algo, que eu não sei o que é. Mas, sei que tenho que encontrar. Treinei tanta chegada e virada olímpica que minha cabeça ainda dói devido às cambalhotas. Sinto-me, assim virada para o ar. Talvez por isso adore treiná-las. Quem sabe dessa forma não trago vida para os eixos. Quem sabe. Acho bom olhar o mundo de cabeça para baixo. A visão é tão ampla e enxergamos coisas, as quais não percebemos no olhar rotineiro. 

Tudo está dando certo, tudo está caminhando, mas ainda há aquele vazio? Algo a ser completo, uma ilusão a ser retomada? Sabe. Essa dor de ser limitada, de ter uma fôrma; me sufoca. Às vezes não tem jeito, me sinto perdida. Mais perdida que qualquer coisa...Por mais que tudo parece estar no eixo. Talvez eu não seja uma boa pessoa, talvez eu não seja boa companhia, talvez eu seja melancólica demais e a venda da felicidade não me comove.

Às vezes, tenho dificuldade com os sentimentos.Tudo melhora um pouco com algum som, melodia. Sinto, às vezes, que sem o meu mp4 e minhas canções seria uma mulher sem sentimentos. Alguém a vagar sempre vazia. 

Hoje particularmente percebo o infinito do silencio. Mas, nem sempre consigo isso. Pois, na maioria das vezes, o silêncio é indecifrável e quase sempre me escapa. Preciso sempre de melodias, romantismo, uma harmonia que encanta e satisfaz algo aqui, bem dentro de mim, que eu não sei bem o q é...Sei apenas que uma certa angustia enamorou-se de mim. No final: Algumas ilusões; é isto que procuramos incessantemente... 

Acho que seria tão bom poder escrever sem palavras. E me comunicar apenas por gestos e olhares... O olhar diz tanto... E talvez somente assim poderia te dizer tudo o que ta aqui dentro do meu coração...Será que você tiraria com suas mãos esta angustia que esta dentro de mim? Será que você seria capaz de me salvar de mim mesma? 

Às vezes eu não gosto muito de falar, pois é um pouco impossível manter certo controle sobre a voz, seu tom, equalizá-la. Ainda mais quando se esta nervosinha e melancólica. Escrevendo ao menos escolho a fonte, regulo o tamanho, diagramo de forma adequada. Na verdade eu falo pra caralho, e me escondo nas palavras. Uma revelação! 

Às vezes quando a gente tá triste. O transitório parece que não vai passar. E é difícil quebrar certas coisinhas dentro da gente. Da mente, conceitos, idéias. Talvez seja uma luta disforme, injusta, pois não há nenhum inimigo declarado, a não ser eu mesma. Enfim...Falta coragem!
Eu queria escrever sobre a dor e a alegria que há dentro de vc. Eu queria ver vc em todos os aspectos...Olha a história da retina novamente. Mas, ai seria outro post. E o problema continua sendo a blogueira aqui... 

TRILHA SONORA DA NOITECoração noturno - Raul Seixas - "A frieza do relógio não compete com a quentura do meu coração..."http://www.youtube.com/watch?v=UcrRzZF-DTY&feature=related

Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. Fernando Pessoa

Um comentário:

William Lima disse...

Bom dia, Dani.
Será que ficar de ponta cabeça na piscina melhorou algo mesmo? Bom, pelo menos melhorou seu tempo na natação, não é?! Faz sentido nadar tanto para tentar alcançar algo... Metaforicamente falando, e com o perdão do clichê, a gente sempre nada para não morrer na praia. Se fosse pra morrer, a gente não nadaria...
Sempre haverá algo a ser completado. Nunca estaremos plenos. Enquanto tivermos pulsão de vida, buscaremos esse algo que nos falta.
Se você não fosse uma boa pessoa, não perderia seu tempo escrevendo para se expressar, para se entender, para se fazer entender.
É, quando falamos, tudo sai mais natural, o tom de voz, seu volume, o doce, o bravo... Já escrevendo, você pode ter certo controle disso tudo - ainda que possa se manifestar igualmente natural na escrita -, a diferença é que na escrita você relê, apaga, acrescenta. Quando você fala, já foi!
Não pode faltar coragem!
Na sua melancolia, continuo sendo seu amigo.
Te adoro.
Bjokas