sábado, maio 15, 2010

Dia da Faxina e da velharias...

   Estranho! Mas, hoje acordei com uma necessidade exagerada de arrumação. Eita! Será preciso terapia? rs Explicando o acontecido:  É que para a pessoa aqui por trás das letras isto é um acontecimento raro, o qual necessita de comemoração. rs

   Arrumação é sempre muito doloroso para mim, visto que o meu coração é uma bagunça, sempre perdido. O quarto tava tão bagunçado tal como meu coração,  q inevitavelmente veio a comparação a me assombrar: O quarto bagunçado como o coração da Daniela Paula( mocinha de novela mexicana). Como numa tragédia mexicana quase sempre perco as redias da minha vida, até por não saber onde procurar determinado sentimento, experiência e controlar a impulsão dos sentidos. E por sentir culpas e  me paralisar, em algumas circustâncias, diante da vida. Cadê a coragem? Talvez tenha se afastado do meu coração, mas por outro lado, só uma grande coragem me faz assumir minhas fraquezas, não? 

 O quarto - Van gogh 
   O quarto tava assim: de pernas para o ar. Literalmente. Confesso: A comparação foi difícil no início, porque é sempre um incômodo perceber que vc é uma bagunça. A dor sufocou, queimou, ardeu, mas compreendi q era totalmente necessária, pois só nesses momentos doloridos q encontramos nossa essência e a nossa história( sem medo de não se aceitar, o q traz uma felicidade clandestina indescritivel) . E foi mais ou menos assim q aconteceu...

   Decidi arrumar  cds jogados, inseri-los nas devidas caixinhas e arrumar por ordem alfabética. Coisa de gente louca e bagunçada, que nunca arruma nada, e qdo arruma quer mostrar qualidade na arrumação. Só uma nota: Tô repetindo a palavra arrumação propositalmente. rs  Também resolvi classificar meus livros em ordem no armário. Tirei pó, e quase morri de tanto tossir, era tanta poeira que quase pensei em desistir. rs  No meio dos livros, encontrei  alguns vinis jogados e esquecidos pelo tempo e por mim. Assim,  como muita vezes excluimos de nós sentimentos velhos e desnecessários( no julgamento do momento, porque nem sentimento é despensável.).  Bem, como não resisto ao charme de uma velharia, ansiosamente colocoquei o LP no meu 3 em 1 philips. É minha gente, em tempo de quase mp20, iphone eu ainda tenho uma velharia dessas no meu quarto. rs E confesso q adorei redescobrir o aparelho antigo. Assim como redescubro a Daniela diariamente. Claro que sempre levo sustos com ela. Mas, é bom no final das contas. :)  Só pra deixar claro, eu sou louca por novas tecnologias, quase maluca. Portanto, este momento nostalgico é realmente uma analogia com minha vida. Necessário de ter sido vivido. 

   Primeiro LP: Kid Abelha e os abóboras selvagens - Educação Sentimental. Mera coincidência?  Vai saber, afinal sou fã do acaso. rs  Mas, o fato é que percebi que não tenho a bendida educação sentimental. Sou quase uma idiota emocionalmente falando. Contudo, sou corajosa mesmo, poucas pessoas admitiram isso. :) Acredito que deveria ter aprendido isso na escola de educação infantil. Quanta dificuldade. rs  Há coisas, as quais já deveriamos nascer sabendo.

"...Eu treino a tarde inteira
O que é que eu vou falar
Quando eu estiver no telefone
Naquela hora em que o
assunto acabar
Não posso entrar em pane
Te levar pra cama e te dizer
coisas bonitas
Vai ser tão simples quanto eu vejo
nas revistas
Que falam de amor como uma coisa
tão normal
Como se não passasse de um
encontro casual..." Educação Sentimental 1 ( tem a 2...rsss)

   Mas, a melhor parte da canção e a que me causou um certo frisson...rss Foi esta: "Ninguém vai resistir se eu usar os  meus poderes para o mal" Amei...rsss Talvez porque em histórias maniqueístas de filmes, livros ou quadrinhos,  a minha obsessão sempre tenha sido os vilões. Todos tão complexos e humanos. Tão mais próximos de mim, diferentemente dos heróis. rs Tão deuses, sem falhas e totalmente monótonos( sem altos e baixos - uma linha reta- Morreria de tédio assim. rs ). Tão contra a natureza humana. Por que é tão difícil encarar a natureza humana? Viu, quanto discurso rendeu minha arrumação. kkkk

   O segundo LP foi um do Bon Jovi. Nossa, eu era apaixonada pelo Bon Jovi na adolescência, mas confesso, até hoje em dia, ele ainda seria o  objeto do meu desejo. :)

   A canção que me fez tornar-me repetitiva se chama  In These Arms, preciso falar mais alguma coisa? rs Ah! a única coisa desagradável dos aparelhos de toca-discos é q não possuem a tecla repeat. Isso é chato, pois tenho q levantar toda a hora pra voltar a mesma canção. Visto que sou uma garota repetitiva. rs Ei! Talvez, o som do disco riscadinho seja tão agradável  aos meus ouvidos e ao meu coração, por trazer consigo uma alegria distinta, e indefinidada,  pois os acordes se misturam ao ruído dos riscos. Ai..q bagunça na arrumação.

    E para não fugir da mania do amor:  a canção remeteu-me a você! Eita! mesmo a velharia que ajudou a me construir me lembrou você. Estranho? Estranho e bonito! Talvez, porque tudo q seja estranho me encante. Vai entender...O fato é que a canção da Daniela de 15 anos atrás te trouxe mais próximo. Talvez pela intensidade da canção e pela arrumação do quarto. Ou apenas por saber que nada é descartável na vida. E mais que isso: A vida é urgente!


Toda minha intensidade para você! Preste atenção na letra: Tudo que eu queria ter te dito. Todos os dias. Trilha sonora do dia: http://www.youtube.com/watch?v=59NoqP02ZYM


In These Arms - Bon Jovi

You want commitment
Take a look into these eyes
They burn with fire, yeah
Until the end of time
I would do anything
I'd beg, I'd steal, I'd die
To have you in these arms tonight

Baby I want you like the roses
Want the rain
You know I need you
Like a poet needs the pain
I would give anything
My blood my love my life
If you were in these arms tonight

I'd hold you
I'd need you
I'd get down on my knees for you
And make everything alright
If you were in these arms
I'd love you
I'd please you
I'd tell you that I'd never leave you
And love you till the end of time
If you were in these arms tonights

We stared at the sun
And we made a promise
A promise this world would never blind us
These were our words
Our words were our songs
Our songs are our prayers
These prayers keep me strong
And I'd still believe
If you were in these arms

I'd hold you
I'd need you
I'd get down on my knees for you
And make everything alright
If you were in these arms
I'd love you
I'd please you
I'd tell you that I'd never leave you
And love you till the end of time
If you were in these arms tonight

Your clothes are still scattered
All over our room
This old place still smells like
Your cheap perfume
Everything here reminds me of you
And there's nothing I wouldn't do

And these were our words
They keep me strong

I'd hold you
I'd need you
I'd get down on my knees for you
And make everything alright
If you were in these arms
I'd love you
I'd please you
I'd tell you that I'd never leave you
And love you till the end of time
If you were in these arms tonight
If you were in these arms tonight
If you were in these arms tonight
Baby!
Like the roses need the rain
Like the seasons need to change
Like a poet needs the pain
I need you, In these arms tonight

3 comentários:

Anônimo disse...

Até fazendo faxina a senhorita Daniela Paula fica refletindo, meu Deus!
Adorei a lembrança do Bon Jovi. A música é linda. Tem certeza que não é pra mim? rs
Adoro teu espaço. Adoro ler-te! Adoro vc!
bjoo Júnior

William Lima disse...

Minha linda amiga Daniela Paula, mocinha de novela mexicana:

Você já está se analisando ao fazer a faxina que acordou com vc. Essa necessidade de arrumação surgiu, brotou, e vc regou essa plantinha para que ela crescesse. Vc deu vida a algo q pedia passagem: arrumar as velharias, o quarto, as lembranças... Arrumar um pedacinho da vida. Um pedaço importante, pq é seu quarto, é seu esconderijo, é onde vc se encontra...
Talvez a coragem de voltar ao blog já tenha inaugurado essa arrumação. Talvez a coragem de se remeter a um "você" e não mais a um "ele" seja um segundo sintoma da arrumação. Agora você arruma seu quarto, literalmente. Mas essa arrumação é literal no sentido de colocar ordem no caos, de tirar a poeira, tanto quanto no sentido de ter uma atitude de revisar o passado, o que está parado e dar um novo rumo na vida.
Para Freud, o desejo é um movimento do psiquismo que tenta reconstruir as primeiras cenas da satisfação das necessidades básicas: troca de fralda, mamar etc. O desejo está relacionado ao traço dessas memórias. Ao longo da vida, sempre buscamos trazer de volta essa cena de conforto, de satisfação inicial, de prazer - no sentido de liberação de tensão.
Assim, hj vc quer "ele". Mas e depois? Vai estar td resolvido na sua vida? Não, pq sua busca do desejo é pra sempre, sempre vai procurar aquela cena do conforto inicial. Satisfeita com esse objeto, passará a investir em outro, porque a busca pela pulsão original é constante. É pulsão de vida. Essa busca pelo objeto é que te faz se mover.
O dia em que você não buscar mais nada será o dia da sua morte. Não te restará mais amor, mais paixão, mais vontade de falar com "ele". Esse dia, sua pulsão será de morte.
E essa eu não quero presenciar. Não agora, amiga apaixonada.

Desculpe se falei demais hj mas, se ontem eu acordei filósofo, hj estou imerso na psicanálise e na filosofia da diferença; afinal, passei o dia em aula sobre Freud, Deleuze, Foucault, Kafka... vc ia ter adorado!

bjokas

Artus Rocha disse...

oi linda! Que bom que esta animada a escrever, pois adoro ler seu blog. Adorei seu post, gosto quando fala dos defeitos que nos fazem humanos, tambem sempre gostei mais dos vilões, ou do anti-heroi. Concordo com oque o Will disse(quase um post aparte, RSS), essa busca, o desejo é constante, e assim deve ser. Para um amor eterno, deveriamos anular nossos desejos e sentimentos, para com eles anular nossos defeitos. Seriamos eternos, sem sinceridade, e monotonos. Não humanos.
Like a poet needs the pain