quarta-feira, agosto 10, 2011

Eu sou estrangeira...

Às vezes penso que  nós, homo sapiens sapiens, somos a única espécie que não se aceita como é, não aceita o natural da espécie. Talvez porque se aceitar seja se perceber como é: falho, limitado e como qualquer outro animal que age por instintos e pelo coração. O pensamento é um brinde, um tipo de bônus no caos para tentarmos nos  diferenciar ou nos consideramos superior as outras espécies de animais. Mas que no fundo não passa de bobagem porque o pensamento/consciência não nos torna melhores que ninguém. Alguns pensamentos me causam repulsa e vergonha alheia. Pensamentos segregantes que humilham e riem da dor do outro me causam nauseas terríveis.Talvez porque nunca entenderei o motivo da violência gratuita.

Ontem li na mídia convencional que uma moça havia sido queimada/morta por não ceder ao assédio do patrão.  Li no blog da Frô que um homem de 61 anos foi morto por ser homossexual. E li mais...e mais coisas deprimentes. E percebi que não me enquadro numa sociedade que prefere humilhar/violentar seu igual por ser considerado pela sua ótica moral/religiosa diferente. Que amor a humanidade é esse? Que respeito é esse?  Amor que é uma barbárie consentida pela nossa "moralidade" não me interessa. Homens que tenham pretensão ao heroísmo também não. Porque só os Homens sem este tipo de desejo egoísta é que aceitam a verdade e até morrem por ela. Porque quase ninguém aguenta a verdade... E a mentira torna-se uma salvação da realidade, a qual é doida e só os homens que aceitam sua condição finita e #fail são capazes de suportar.

Na verdade, considero-me estrangeira numa sociedade que segrega por raça, condição social, orientação sexual, sexismo e origem. Considero-me estrangeira por não aguentar o peso da vida mergulhada na hipocrisia. Que venha o vinho. #gradicida Porque a minha verdade está nele. Malbec, eu amo você!Salve-me!

“ ...Eu me sinto um estrangeiro...passageiro de algum trem que não passa por aqui e que não passa de ilusão...Entre a minha boca e a tua há tanto tempo, há tantos planos, mas eu nunca sei para onde vamos...”

3 comentários:

Anônimo disse...

Vc é brilhante e tem um senso de humor invejável. Malbec, eu amo vc, foi perfeito. Só vc, Daninha.
Adoro seus posts, senhorita Dani.
Saudades e beijos do Júnior

Ângelo Von Tonitrus disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ângelo Von Tonitrus disse...

As vezes eu acho que não somos Homo sapines Dani, pois a espécie humana é tão desprevisível em termos de revolução, que tais comportamentos nos diferem totalmente deles... mas as vezes acho que pessoas como nós, que tentamos evoluir cada vez mais, são homo sapiens, o resto vermes (porque nem animal se comporta dessa forma), porque parece que mesmo nos dias de hoje as pessoas ainda se preocupam com o ego mas não com a dádiva de ser um humano, de ser humano, amar um humano! Revoltas e revoltas, faz-me perguntar O que somos nós, ainda bem, porque geralmente o que move o mundo são as perguntas e não respostas, infelizmente as pessoas querem mais resposta (geralmente de religião) do que se perguntarem e irem atrás de coisas concretas... triste!