quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Obesidade e o peso do preconceito.

Enquadrar-se num padrão sempre é castrante, pelo menos para mim. Para ser aceito socialmente, devemos estar dentro destes padrões e isso cria demandas de mercado. Perceberam? Assim se constrói o  sistema capitalista, o qual visa lucros e a exclusão do que não se ajusta a ele , e não uma visão humana /inclusiva do mundo. Nada é por acaso quando se trata de lucros: Vejam a ‘indústria” da estética como cresceu nos últimos anos. O capitalismo é um sistema que nos demencia, pois perdemos a noção do que realmente é importante para a construção de uma sociedade mais justa.

Hoje me indignei ao ler a matéria abaixo – na FSP- sobre professoras que podem ter sido vetadas a ingressar num concurso público porque estavam acima do peso. Sinceramente, como é possível alguém  ainda julgar a capacidade do outro pela sua aparência física? Ou por apenas não se enquadrar nos padrões estéticos aceitos pela maioria das pessoas? Será que eles estão realmente contratando os melhores profissionais? Se não há problemas de saúde, porque vetar? Fica claro que é pela obesidade, não? Isto não é inconstitucional?

É lamentável atitudes como essa partir do governo de SP, o qual deveria possuir mais políticas públicas de saúde, inclusive preventivas, e também inclusivas,  para combater à obesidade e não limitar pessoas a ingressarem no serviço público. Diversidade e respeito deveriam ser assuntos trabalhados na escola. O ser humano é plural. Todavia, o governo de SP não entende essa linguagem. Só entende de porrada e desrespeito. Aff

Nota: Não faço apologia à gordura, muito pelo contrário. Já fui obesa e sei como é difícil conviver com as pessoas achando que você é culpada de tudo, ser discriminada ou julgada pela aparência. Porém, vivemos numa democracia e a escolha de emagrecer ou não é de cada um. E isso deve ser respeitado.

Para mim é muito tosco/pobre julgar as pessoas pelo seu físico, ou colocar em xeque a sua competência profissional e intelectual porque ela não segue padrões. #ficaadica

Nota2: Quem precisa de ajuda são as empresas de RH e o Governo de SP. Eles não têm o meu respeito. #fato 

Professoras dizem ter sido vetadas por obesidade

Candidatas a um cargo de professora da rede estadual paulista afirmam que foram impedidas de assumir o trabalho por serem obesas, informa a reportagem de Talita Bedinelli publicada na edição desta quarta-feira da Folha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL). 

Cinco docentes de três cidades diferentes da Grande SP disseram à Folha que seus exames clínicos não tinham alteração e, mesmo assim, foram consideradas "inaptas" pelo Departamento de Perícias Médicas de SP. 

Elas foram aprovadas em uma prova, participaram de um curso de formação e passaram em uma segunda prova. No começo deste ano, foram submetidas à perícia. 

Na semana passada, ouviram dos diretores de escolas onde dariam aula que foram reprovadas no exame.
Elas afirmam que ainda não tiveram acesso ao laudo e que não foram informadas oficialmente do motivo da reprovação. Entraram com recurso e com um pedido de vistas do resultado.
Duas dizem que ouviram dos médicos, no dia da consulta, que provavelmente não seriam aprovadas pela perícia em razão do peso. 

OUTRO LADO
 
A Secretaria de Gestão Pública, que responde pelo Departamento de Perícias Médicas de São Paulo, disse que o estatuto dos funcionários públicos determina que um dos requisitos para o ingresso no serviço público é que o candidato goze de boa saúde, "comprovada em inspeção realizada em órgão médico oficial, no Estado de SP". 

O órgão não respondeu, entretanto, se a obesidade foi o fator que tornou inaptas para o cargo as cinco professoras citadas pela Folha, por motivos de "sigilo médico".
Leia a reportagem completa na Folha desta quarta-feira, que já está nas bancas.


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