sexta-feira, dezembro 24, 2010

Pequenos contos natalinos – Revelando a vida.


Nota: Estas cenas são para ilustrar que não há indivíduos melhores ou piores que outros, e sim seres humanos que têm o direito de pluralismo político/cultural/religioso ENTRE OUTROS. E acima de tudo o direito de serem eles MESMOS. Ressaltando que todos merecem RESPEITO!
Eu não comemoro natal, todavia a data representa renascimento/amor, portanto “cristãos”ou não sejam tolerantes e amem no sentido ágape.

Nota segredada: “ Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é! Caetano.
Todos somos passiveis a erros e a pré-julgamentos. E temos grande vocação para nos iludirmos. Buscamos a verdade, mas no fundo poucas pessoas aguentam o peso desse substantivo. Coragem é preciso! Reflita acerca das suas atitudes e tente respeitar mais as diferenças. #ficaadica Eu tô tentando...Voilá!

PS: Os textos abaixo representam a ironia da vida e a dualidade humana. 


                      All You Need is Love

Conversa de botequim

Dois amigos: intelectuais/progressistas conversando.
-Olha! Eu visto a roupa da causa feminina. Defendo mesmo, seja nas redes sociais ou em meus textos.
-Às vezes sinto-me confuso em relação a isso. Confessa o outro.
-O que é isso? É preciso respeito com as mulheres.
-Eu respeito, mas é que penso que às vezes o feminismo leva para o radicalismo. Não sei.
-Você precisa abrir sua mente. Diz o amigo quase aos berros.
-Talvez...Mas, mudando de assunto. E o casamento?
-Terminei com aquela vagabunda...

Amigas

-Você recebeu flores, Maria Lúcia? Disse a amiga espantada.
-Sim, de um paquerinha que arrumei no cinema.
A amiga sentiu-se inconformada, pois Maria Lúcia era fora dos padrões estéticos: gorda, cabelos curtos e rosto arredondado ; 
enquanto ela parecia modelo de passarela: magra, cabelos lisos e longos, rosto quadrado. Disparou indignada para a amiga:
- Como que uma pessoa gorda como você pode ser tão paquerada?

Desejos...

-Odeio gays. Sou tão homem/macho que não consigo suportar. Revelou João ao amigo.
O amigo disse: 
-Que tal tiramos uma na cara daquele idiota ali? O idiota em questão era Alberto: homem bonito, respeitado, inteligente e homossexual assumido.
Roberto riu malignamente e disse:
-Chame o cara para mesa.
Chamaram Alberto para mesa. Conversa vai e vem. Alberto levou João para casa e o comeu...


Compartilhar

-Eu sou uma pessoa do tipo que compartilha tudo. Gosto de me doar, repartir as coisas, ouvir e ajudar as pessoas. Frisou Roberto para Juliana. 
-Que bonito isso, disse a moça maravilhada. Queria ser assim...
Eles e beijaram apaixonadamente. Tempos depois Juliana passando por dificuldades pessoais liga para Roberto para pedir um socorro e consolo. Eis que vem a resposta: 
-Juliana, não preciso de alguém para me trazer problemas. Já tenho muitos...Não posso fazer nada, não me coloque em seus embrolhos e desligou o fone.


Noite de Natal

Mãe para o filho:
-Feliz Natal, meu filho! Diz a mãe cortando o peru. 
-Mãe, tem umas crianças lá fora. Sujas e quase sem roupas. Olhe pela janela. 
-Eles não comemoram natal? Perguntou curiosamente a criança.
A mãe se aproxima da janela e fecha, num ato brusco, a cortina. E diz: 
-Pronto agora podemos comer em paz...

Vida

Ele nasceu e cresceu preso no abatedouro. Sempre achou sua vida boa: comida na hora e tudo sem muito esforço.
Roger era um peru questionador. Não entendia o motivo de estar preso, mas a comodidade dos alimentos o consolavam.
Um dia Roger foge do abatedouro, pois sentia que só o consolo não bastava para sua vida,  e foi ao pasto conversar com Princesa – a vaca mais inteligente e velha do local. Ele queria descobrir porque estava ali.
Princesa disse:
-Você esta aqui para engordar e ser morto no natal, Roger. Como todo Peru.
Roger engoliu seco e disse: 
-O que é natal? 
-É a festa que eles (humanos) celebram a vida...

Compras no shopping

-Júlia olhe quem está aqui? Disse Carol espantada.
-Quem? Pergunta Júlia.
-Sua empregada doméstica. Agora temos que aguentar essa gente em todos lugares.
-Vai votar na Dilma....Disse Júlia inconformada com a inclusão econômica.

Aprendendo a respeitar...

Maria, por que você não abandona seu marido?
Porque eu o amo.
Mas Maria ele te bate quando está bêbado.
Ele sofre também. Não posso abandoná-lo. Eu o amo.
Maria não entendo você.
Eu o amo. E é assim que quero ficar...

Eu não tenho preconceito

Carro para no farol. Crianças vendem balas no local.
Menino pergunta ao pai:
-Por que a maioria das crianças que vendem balas nos faróis são negras?
-Pai não responde e pede para o filho fechar o vidro. E diz: 
-Não é porque são negras que devemos ter preconceito...

5 comentários:

William Lima disse...

Nossa, nem no natal vc deixa essa crítica à hipocrisia de lado? rsrs ai menina ácida hehehehe
eu pensando q ia ler histórias de amor hahahaha
te adoro
bjokas

Anônimo disse...

... eu também tava pensando que ia ler contos eróticos.
Mas você não decepcionou. Gostei muito de todos. Você é ótima.

Elias

Anônimo disse...

Senhorita Dani,

Apesar de vc não ter espirito natalino, Feliz Natal!
Vc está se superando em seus contos. Vc é uma grante narradora. Marília realmente é pequena para vc, minha senhorita!
beijos do amigo Jú

Juliana disse...

dani, adorei essas pequenas narrativas. vc é muito boa nisso! bjos

Maria Ivone Pandolfi disse...

Excelente, Dani. Realmente são contos de Natal, do cotidiano que é encoberto por luzes e laços...