sexta-feira, dezembro 17, 2010

Como despertar o prazer da leitura nas crianças?

A leitura é um meio de aquisição de informação, portanto podemos considerá-la um ato social, mais que isso ela constitui um PRAZER solitário, pois pode proporcionar muitas alegrias ao leitor. Buscamos a leitura para aprender, compreender, refletir, pelas emoções, pela beleza da linguagem, para compartilhar, sonhar, descobrir e até esquecer...O triste é que atualmente este prazer da leitura vem perdendo espaço e brilho para a leitura de informação/utilitária, ou seja, a centrada em textos informativos, dados, números, talvez, devido a sociedade moderna, a qual cobra informação nova a todo instante, contudo sem reflexão/análise. Consequentemente as pessoas quase não experimentam mais o “deleite” que a literatura nos proporciona. Uma pena!

Cheguei a essa conclusão depois de uma conversa com um colega jornalista, o qual me disse que a literatura era inútil e que não acrescentava nada na vida dele(dispensável). Confesso: Tento respeitar todas opiniões, mas o comentário do moçoilo foi um dos mais toscos que ouvi em toda minha vida. Lamentável, até pela profissão que o camarada exerce: ele vive de textos – mesmo que sejam utilitaristas-, penso que quando se escreve o universo não pode ser limitado. Mas...Enfim, tirei forças de dentro do meu core, porque, ás vezes, sinto-me cansada para certas argumentações. Ainda mais esta...Vesti-me de coragem, respirei fundo e explanei.

Bem, eu disse para o cabra/jornalista que a literatura oferecia muitos saberes, porém não um conhecimento direto, o que para mim era genial, pois aguçava minha curiosidade a buscar mais conhecimento. Neste momento empolguei-me, porque eu sou assim..Em alguns discursos surto total e para me conter é difícil. Rs Ah! Também expliquei com paciência e dedicação que a interação do leitor com a obra ( intelecto + imaginação) ampliava os horizontes e as perspectivas de mundo, pois além da literatura ser um prazer é um exercício de pensar/criticar/analisar, ou seja um ato de caráter individual e social, pois o leitor é o agente da transformação social ( lembram-se de Sartre? Citado no texto do Dostoievski-abaixo- e a preocupação com a arte transformadora...mais ou menos isso.) e ampliando sua capacidade de análise critica ele estaria mais preparado para interpretar sua realidade social e para atuar de forma mais consciente no mundo. No final da conversa, acho que para tentar conter meu surto verbal, ele disse que concordava comigo, mas admitia que odiava ler. Enfim...Fiquei sem entender mais nada...Um jornalista que odeia ler?Bem...Na verdade, entendo o caráter técnico da profissão agora. Que coisa! Não direi mais nada...Mas a conversa me levou a outra reflexão...e a questão começou a me incomodar: Como despertar o prazer da leitura nas crianças? Preciso tentar responder essa questão...Se puderem me ajudar, o blog tá aberto a sugestões.

A única coisa que sei é que não é da forma que está que despertaremos esse gosto pela leitura nos pequenos. Penso que a criança deva descobrir como é divertido buscar conhecimento nas histórias e imaginar...Todavia ai é importante a presença da família( ou algo que a substitua) como exemplo e que incentive esse tipo de atividade. Pensando em como resolver a questão para não ter mais que ouvir coisas tão imbecis assim...Eita! Será que eu tô sendo intolerante?

5 comentários:

Arnobio rocha disse...

Daniela,

A fantasia de ler, criar o mundo imaginário está sendo morta pela imagem já decodificada do encanto e mistério. É frustante ver não só os pequenos, mas os grandes que simplesmente não lêem e ainda se vangloriam de sua tamanha burrice.

A leitura ainda é o mecanismo fundamental na imaginação, criação e transformação de gente e idéias. As escolas não podem abrir mão deste instrumento, mas deve fazê-lo com respeito e despertando paulatinamente o interesse dos infantis.

Parabéns pelo post e pelo seu belo blog,

Do amigo,

Arnobio Rocha

Anônimo disse...

Senhorita Daniela,

Belo post e ótima indagação. Talvez tudo venha da família mesmo, veja: Se os pais leem a probabilidade da criança se interessar por literatura é maior.( o duro é se os pais forem leitores a revista veja (rs)) E criança tem essa coisa do exemplo e do espelho. Agora se for adolescente não se pode usar a mesma tática, pois a tendência é fazer o contrários dos pais. Com jovens deve ser algo visando a curiosidade. Penso eu, seu caro leitor e fã. (rs)
Penso que vc pensa demais. (rs) Mas adoro seu jeito, seu blog.
Outra coisa a senhorita não é intolerante não. É uma das pessoas que eu conheço que mais sabe respeitar as diferenças. Vc é uma querida, Daninha!
bjo do Júnior

palavrasdeumnovomundo disse...

Oi Daniela (não vou usar o seu 2º nome), foi uma delícia descobrir o seu blog, amei de paixão e rachei de rir com sua auto-descrição no topo da pág.(acho que é pq tbém sou um pouco de tudo isso) e com o relato do concurso. Demais seu blog e quanto ao post da leitura muito bom. Sou Educadora e daquelas neuróticas que busca saber tudo sobre a área de atuação, então foi um prato cheio. Estou te seguindo com maior prazer, espero que me siga tbém. http://palavrasdeumnovomundo.blogspot.com
Abraço. Rosa

El Adriano disse...

Posso contar como comecei a ler?
Sim?
Pois bem...:
Lá estava eu, com uns 11 ou 12 anos, nos recreios da escola, no canto sozinho, olhando os outros interagirem e sendo assunto por ser eu.
Não sabia o q fazer pra me distrair nos intervalos das aulas ou nas aulas vagas.
Um dia, voltando pra casa, achei no lixo, todo sujinho um livro esplêndido: "O Pequeno Príncipe". Me interessei primeiro pela ilustração, depois fui ver o quele dizia.
Depois desse, vieram muitos outros livros que li naquele canto frio do pátio da escola e parei de tentar me aperfeiçoar e me adequar às pessoas. Fui eu mesmo, aprendi a ser eu mesmo lendo, aprendi a filtrar os comentários e a exclusão dos meus "coleguinhas" lendo.

Não sei o método (se é que há) de fazer crianças leem literatura.
Mas ela deve ser apresentada , como algo delicioso e não como um objeto de estudo, pois fica parecendo obrigação. Deve-se mesmo é fazê-las ou fazermos que descubram o qto estrondoso e barulhento um livro pode C.

Descobri by myself (com a ajuda do preconceito infantil) o qto um livro pode ser mágico.
Mas é só deixar as pistas que os piratas mirins encontram o tesouro.

Dani, belo texto.
O seu filho (qdo tiver/se deseja ter) já vai nascer com um livro na mão. Ou blogando... :D

BlogdoTadashi disse...

Dani, está basicamente no exemplo. A criança é cópia dos pais, mas não é cobrando não! É dar o exemplo sem esperar nada em troca, pois vai acontecer naturalmente.